Por No Pausa
Com o objetivo de analisar e tornar visível o impacto da menopausa e do climatério na qualidade de vida das pessoas que os vivenciam, a Defensoria do Povo de Buenos Aires realizou uma pesquisa e mostrou que mais de 50% das pessoas que estão prestes a chegar a esse período não consultam um médico.
Realizado pelo Departamento de Políticas de Igualdade do órgão chefiado por Guido Lorenzino em conjunto com a organização No Pausa, o estudo reúne 2.798 depoimentos e revela outros dados interessantes sobre o assunto.
De acordo com o relatório, 50,7% das mulheres na pré-menopausa disseram não ter discutido sua situação com profissionais de saúde, um número que cai para 35,9% nas mulheres na pós-menopausa. Além disso, 81,7% das mulheres do primeiro grupo disseram ter discutido o assunto com alguém, aumentando para 85,8% no segundo grupo.
Por outro lado, perguntamos sobre os sentimentos associados a esse estágio. Entre os mais mencionados estão "aceitação" (28,6%), "alívio" (22,8%) e "instabilidade" (18,4%). Ao mesmo tempo, quase metade disse ter tido algum tipo de dificuldade de relacionamento devido à presença de diferentes sintomas (46,6%) e, entre eles, a principal dificuldade foi no relacionamento com o parceiro (44,6%).
"É muito importante ter dados sobre o climatério e a menopausa porque, como tudo relacionado ao ciclo das pessoas que menstruam, ainda representa um assunto carregado de tabus e preconceitos", disse Lorenzino.
Ele acrescentou que "isso permitirá a elaboração de políticas para garantir o direito à saúde reprodutiva e não reprodutiva abrangente, promovendo o acesso à informação, aos cuidados preventivos e aos recursos necessários".
A pesquisa também se concentrou nas características desse estágio e mostrou que 91,9% das mulheres na pré-menopausa e 94,8% das mulheres na pós-menopausa têm ou tiveram sintomas, e mais da metade teve cinco ou mais sintomas.
Além disso, 5 em cada 10 mulheres na pós-menopausa foram submetidas a algum tipo de tratamento antes, durante ou depois da menopausa, sendo os mais comuns o uso de vitamina D e a aplicação de óvulos ou cremes corporais.
Finalmente, de acordo com o relatório, todas as mulheres na pós-menopausa pesquisadas concordaram que o Estado deve garantir o acesso ao tratamento e acompanhamento necessários e adequados, bem como a promoção de informações sobre o assunto e a realização de estudos diagnósticos.
"É necessário gerar propostas que ampliem o acesso à informação preventiva sobre o assunto para os jovens, para que aqueles que vão passar por essa fase estejam mais bem preparados", disse o chefe da Ouvidoria.
